Juízo do Juiz

12/29/2007

O homem da pirâmide

Num tempo e numa terra remota não haviam vilas nem cidades, haviam pirâmides. Numa dessas pirâmides vivia um homem, igual a tantos outros. Esta história não é sobre ele, é sobre “os outros”.

Esse homem ouvia os outros, “bebia” da sabedoria dos outros, e sem se aperceber, foi chegando ao topo da pirâmide.

Uma vez no topo, perdeu-se, não sabia onde estava, sem saber porquê deixou ter algo para dizer.

Um homem de uma pirâmide vizinha explicou-lhe que, na realidade, ele não tinha ficado sem nada para dizer, apenas tinha ficado sem nada para escutar, agora era ele quem era escutado, e de quem era esperado uma liderança.

A sua pirâmide estava cheia de mulheres. Como todos os Homens (do topo) da pirâmide, ele tinha um poder, era um herói, só que não tinha ainda descoberto o seu.

Não se sentia bem no topo da pirâmide, era muita responsabilidade para ele.

Mudou de pirâmide.

Voltou a uma estrutura mais baixa da pirâmide, onde, agora, voltou a ouvir, e voltou a ter algo para dizer, para reflectir. Quem sabe se alcançará, também, o topo desta pirâmide? E se sim, terá novamente de mudar para outra pirâmide? Isso terá de descobrir por ele.

De vez em quando ainda volta à sua pirâmide, porquê de vez em quando o poder sabe bem, é preciso é saber (com)viver com ele. Ele diz “saltem” o rebanho responde “de que altura?”

Aos seis anos é quando de sabe se a madeira é boa, se aos seis anos não rachar, então nunca mais racha, percebem a metáfora? (era bem mais “engraçado” se em vez de seis fossem sete...)


12/20/2007

Slowly Picture


Chegas ao nosso sítio e vês-me.
Observas-me pelo canto dos teus olhos azuis, como se não te importasses.
Mas sabes, mentes quase tão mal como eu.
Eu estou deitado e espreito pela janela aberta.
Sirius mostra-se a nós com todas as suas cores fortes e inconstantes.
Desvio o meu olhar para ti.
Vejo que me olhas através espelho enquanto tiras o teu soutien de renda preto.
Conheces-me tão bem como as ruas da nossa cidade, e por isso sabes que eu quero fazer as pazes.
Mas eu conheço-te melhor do que tu própria e sei que estás desejosa para meteres a tua língua dentro da minha boca.
Com o movimento de rotação da Terra, Sirius está cada vez mais perto.
Para quem não sabe, Sirius é a estrela mais brilhante no céu nocturno, com uma magnitude aparente de −1,46, localizada na constelação de Canis Major. Pode ser vista a partir de qualquer ponto no nosso planeta.
Enquanto tu despes os collants sem dobrar os joelhos e de costas para mim. Eu vou-me esquecendo de olhar para a janela e do que aprendi nos livros de astronomia.
Levanto-me e vou fechar a janela. Estou vestido apenas com os meus jeans gastos.
De comprido eles calçam-me os pés e eu arrasto-os em direcção á janela e depois em direcção a ti enquanto ainda tiras os teus collants com movimentos lentos e excitantes.
Desaperto as calças enquanto me aproximo de ti e dispo-as.
Encosto-me ás tuas costas e passo as minhas mãos nas tuas mamas nuas, enquanto tu passas a tua mão pelo meu pescoço e me puxas o cabelo.
Eu deixo cair a minha mão direita até alcançar as tuas cuecas de renda preta e alargo-as com a suavidade de quem está em alta.
Beijo-te o pescoço enquanto brinco contigo e tu deixas fugir a tempos um ligeiro gemido de prazer impagável, inegável e insubstituível que sentes apenas comigo.
Tiras a minha mão das cuecas e inclinas a tua face linda de mulher demónio, para os meus lábios que tentas beijar, sem que eu deixe que aconteça.
Viras-te para mim e beijas-me como já não fazias á muito tempo.
Cravas as tuas unhas vermelhas no meu peito exercitado e fazes-me oito marcas como se fossem lâminas.
Metes as tuas mãos aberta sobre mim e empurras-me para cima da cama.
Eu, bem, eu deixo-me ir.
Deito-me na cama e tu sentas-te em cima de mim.
Pegas nele e mete-lo em ti como se o mundo acabasse e essa fosse a ultima coisa que desejasses fazer.
Eu digo: “Amo-te, ****.”
Ela sobe e desce em cima de mim com lentidão.
Não com a lentidão de um caracol a andar, mais com a lentidão de uma nadadora experiente a fazer os 50 metros.
Ela diz: “Sabes lá tu o que é amor”
E enquanto ela domina o meu prazer eu digo: “Eu amo-te neste momento”
Ela deixa fugir uns pares de lágrimas dos seus olhos grandes e azuis.
Pego nela com o meu braço em torno da sua cintura e deito-a na cama e…e continuamos.
Beijo-a nos lábios, nas bochechas, no pescoço, nos seios. Beijo-a novamente nos lábios e digo: “Não chores, ****, vai correr tudo bem.”
Levanto-a da cama no meu colo e encosto-a ao espelho enquanto eu entro nela.
No meu colo, com todo o conforto fazemos amor como dois inconformados.
Acho que é amor. Será?
“Porque é que nunca levas nada a sério” – diz-me ela – após me deixar uma marca de dentes no meu pescoço.
“Não digas nada amor” – Respondo, enquanto olho através do espelho e penso no tempo que aquela mini hemorragia vai levar para desaparecer.
No espelho vê-se a silhueta das costas dela escrita a calor.
Estamos finalmente unidos para sempre.
Os nossos lábios, o nosso corpo, a nossa mente, o nosso amor.
Está tudo ali naquele quarto, neste momento, tudo apenas para nós, porque nada mais interessa do que nós.
Atingimos o nirvana e deitámo-nos no chão quente.
Um ao lado do outro damos as mãos.
A minha direita e a sua esquerda.
A sintonia é perfeita e tudo é perfeito neste momento. Neste momento.
Que momento é este?



Sinto frio.
Tenho o meu corpo gelado.
Esfrego os olhos com as palmas das mãos e abro-os.
Penso, merda, adormeci com a janela aberta.
Salto da cama com as minhas calças a varrer o chão debaixo dos meus pés.
Dou uma olhada pela janela e caem flocos de neve.
Está um frio de merda.



Volto para a cama e deito-me na esperança de adormecer outra vez e continuar o sonho.
No espelho do tecto reparo que o meu peito tem uns arranhões e tenho uma mancha vermelha no pescoço.
O telefone toca.
Eu olho outra vez.
Penso…há cenas estranhas.
- Estou?!
- Sim, sou eu. – Diz ela – Nem imaginas o sonho que tive. Parecia tão real.
- Acredito – Replico.
Ela: “++++, eu amo-te, quero ficar bem contigo”
Eu digo: “Não consigo explicar muito bem, mas eu também quero isso”
Desligo.
Pego no livro de astronomia que está debaixo da minha cabeça e atiro-o para o chão.
Dói-me o corpo todo.
Puxo o edredão para mim, fecho os olhos e adormeço…outra vez.

"Queres que te pague un copo, ou preferes o dinheiro?"

perguntou-lhe num bar manhoso, conhecido por ser um local de engate.
"Não estou aqui pelo dinheiro ou por copos, estou aqui para descobrir algo novo"

Ao fim de alguns jack daniels e algumas budweiers, os dois corpos saíram juntos, amparando-se mutuamente, ao som de Wicked Game.

Entraram na primeira pensão, barata, que encontraram, pagaram e subiram.

Cuecas húmidas espalhadas pelo chão, corpos enrolados no colchão, mamas que eram alarvemente lambidas, suspiros, gemidos, clítoris esfregados, lambidos, massajados, mais suspiros, orgasmos intensos e incessantes.

Mais Jacks, mais cervejas, mais sexo, mais prazer, mais experimentação, mais gemidos, grunhidos de prazer orgástico, 69's, muitos!

A noite ia alta, a madrugada começava a despertar. Os corpos nus, peitos rijos, mamilos erectos, encostados, as almas adormecidas num sono profundamente alcoolizado.

Meio-dia, o telefone toca "têm uma hora para abandonar o quarto, ou terão de pagar mais uma noite".

Cabeças pesadas e ressacadas caminham para o chuveiro, juntas. Ainda há tempo para mais uns mamilos lambidos, clitoris inchados de prazer, gemidos.

No fim do banho, de toalhas enroladas vem a conversa que não havia desde o encontro no bar.
"Então era esta a nova experiência que procuravas?", "sim, algo deste género...", "e gostaste?", "sim...", "se quiseres repetir, aqui fica o meu número, liga-me."

Do fim da rua ouve-se "já agora, o meu nome é Rita, e o teu?"
"Joana!"