Juízo do Juiz

12/20/2007

Slowly Picture


Chegas ao nosso sítio e vês-me.
Observas-me pelo canto dos teus olhos azuis, como se não te importasses.
Mas sabes, mentes quase tão mal como eu.
Eu estou deitado e espreito pela janela aberta.
Sirius mostra-se a nós com todas as suas cores fortes e inconstantes.
Desvio o meu olhar para ti.
Vejo que me olhas através espelho enquanto tiras o teu soutien de renda preto.
Conheces-me tão bem como as ruas da nossa cidade, e por isso sabes que eu quero fazer as pazes.
Mas eu conheço-te melhor do que tu própria e sei que estás desejosa para meteres a tua língua dentro da minha boca.
Com o movimento de rotação da Terra, Sirius está cada vez mais perto.
Para quem não sabe, Sirius é a estrela mais brilhante no céu nocturno, com uma magnitude aparente de −1,46, localizada na constelação de Canis Major. Pode ser vista a partir de qualquer ponto no nosso planeta.
Enquanto tu despes os collants sem dobrar os joelhos e de costas para mim. Eu vou-me esquecendo de olhar para a janela e do que aprendi nos livros de astronomia.
Levanto-me e vou fechar a janela. Estou vestido apenas com os meus jeans gastos.
De comprido eles calçam-me os pés e eu arrasto-os em direcção á janela e depois em direcção a ti enquanto ainda tiras os teus collants com movimentos lentos e excitantes.
Desaperto as calças enquanto me aproximo de ti e dispo-as.
Encosto-me ás tuas costas e passo as minhas mãos nas tuas mamas nuas, enquanto tu passas a tua mão pelo meu pescoço e me puxas o cabelo.
Eu deixo cair a minha mão direita até alcançar as tuas cuecas de renda preta e alargo-as com a suavidade de quem está em alta.
Beijo-te o pescoço enquanto brinco contigo e tu deixas fugir a tempos um ligeiro gemido de prazer impagável, inegável e insubstituível que sentes apenas comigo.
Tiras a minha mão das cuecas e inclinas a tua face linda de mulher demónio, para os meus lábios que tentas beijar, sem que eu deixe que aconteça.
Viras-te para mim e beijas-me como já não fazias á muito tempo.
Cravas as tuas unhas vermelhas no meu peito exercitado e fazes-me oito marcas como se fossem lâminas.
Metes as tuas mãos aberta sobre mim e empurras-me para cima da cama.
Eu, bem, eu deixo-me ir.
Deito-me na cama e tu sentas-te em cima de mim.
Pegas nele e mete-lo em ti como se o mundo acabasse e essa fosse a ultima coisa que desejasses fazer.
Eu digo: “Amo-te, ****.”
Ela sobe e desce em cima de mim com lentidão.
Não com a lentidão de um caracol a andar, mais com a lentidão de uma nadadora experiente a fazer os 50 metros.
Ela diz: “Sabes lá tu o que é amor”
E enquanto ela domina o meu prazer eu digo: “Eu amo-te neste momento”
Ela deixa fugir uns pares de lágrimas dos seus olhos grandes e azuis.
Pego nela com o meu braço em torno da sua cintura e deito-a na cama e…e continuamos.
Beijo-a nos lábios, nas bochechas, no pescoço, nos seios. Beijo-a novamente nos lábios e digo: “Não chores, ****, vai correr tudo bem.”
Levanto-a da cama no meu colo e encosto-a ao espelho enquanto eu entro nela.
No meu colo, com todo o conforto fazemos amor como dois inconformados.
Acho que é amor. Será?
“Porque é que nunca levas nada a sério” – diz-me ela – após me deixar uma marca de dentes no meu pescoço.
“Não digas nada amor” – Respondo, enquanto olho através do espelho e penso no tempo que aquela mini hemorragia vai levar para desaparecer.
No espelho vê-se a silhueta das costas dela escrita a calor.
Estamos finalmente unidos para sempre.
Os nossos lábios, o nosso corpo, a nossa mente, o nosso amor.
Está tudo ali naquele quarto, neste momento, tudo apenas para nós, porque nada mais interessa do que nós.
Atingimos o nirvana e deitámo-nos no chão quente.
Um ao lado do outro damos as mãos.
A minha direita e a sua esquerda.
A sintonia é perfeita e tudo é perfeito neste momento. Neste momento.
Que momento é este?



Sinto frio.
Tenho o meu corpo gelado.
Esfrego os olhos com as palmas das mãos e abro-os.
Penso, merda, adormeci com a janela aberta.
Salto da cama com as minhas calças a varrer o chão debaixo dos meus pés.
Dou uma olhada pela janela e caem flocos de neve.
Está um frio de merda.



Volto para a cama e deito-me na esperança de adormecer outra vez e continuar o sonho.
No espelho do tecto reparo que o meu peito tem uns arranhões e tenho uma mancha vermelha no pescoço.
O telefone toca.
Eu olho outra vez.
Penso…há cenas estranhas.
- Estou?!
- Sim, sou eu. – Diz ela – Nem imaginas o sonho que tive. Parecia tão real.
- Acredito – Replico.
Ela: “++++, eu amo-te, quero ficar bem contigo”
Eu digo: “Não consigo explicar muito bem, mas eu também quero isso”
Desligo.
Pego no livro de astronomia que está debaixo da minha cabeça e atiro-o para o chão.
Dói-me o corpo todo.
Puxo o edredão para mim, fecho os olhos e adormeço…outra vez.