Ela saiu de casa
desesperada, acendeu um cigarro e andou rapidamente dali para fora!
"O que se passou ali?", pensou. Não sabia, não se lembrava, só queria ir para casa, para a sua casa. Entrou na estação de metro e foi comprar o bilhete. As mão tremiam-lhe enquanto enfiava as moedas pela ranhura. O som metálico do troco a cair na pequena gaveta de metal da máquina, ecoava-lhe pelo ouvidos.
Entrou no metro e sentou-se, mãos entre os joelhos, olhos no chão.
"Mas que caralho e terá passado ali?", era a interrogação que não lhe saía do pensamento, que girava na sua cabeça como a mó do moinho. O metro andava pelo túnel escuro, parecia circular pela labiríntica escura teia das suas memórias.
Saiu do metro, subiu para a superfície. Os olhos doeram com a claridade. Não estava um dia particularmente soalheiro, mas era uma manhã de um cinzento claro, brilhante, ofuscante para quem entrou no metro ainda pelo nascer do dia. Não estava a chover mas havia muita humidade no ar. O asfalto estava ligeiramente molhado do orvalho.
Caminhava pelo passeio, na avenida que lentamente se ia enchendo de transeuntes. "Qual era a sua história? Será que eles imaginam a minha?, pensou - É engraçado como quando passas por alguém na rua não fazes ideia quem é aquela pessoa. Confias a tua decisão a detalhes que pouco importam, como a roupa. Vês alguém de fato e gravata, sentes-te seguro. Acabou de violar e matar um rapaz. Vês alguém com roupas que consideras "chunga" e tens medo, agarras a tua mala com força. Passou a noite num banco alimentar a dar sopa aos pobres.
"Que raio sabes tu sobre alguém pela sua roupa? O que será que imaginam de mim com a minha roupa? Será que imaginam que acordei naquele sítio?"
Abre a porta do prédio e entra. A porta chia suavemente. Começa a subir os degraus, que rangem a cada pisadela, e estalam quando são libertos. Abre a porta.
O quarto é grande, mas escuro. A luz provém de dois candeeiros, colocados nas extremidades do quarto. O quarto quase não está mobilado, com a excepção de uma cama de estrado baixo, com lençóis de seda pretos e vermelhos, e um guarda fatos de madeira, com ar antigo, e com um enorme espelho.
Haviam garrafas espalhadas pelo quarto. Garrafas cheias, garrafas vazias, garrafas a meio, garrafas de uísque, de conhaque, de gim, de vinho e licores.
...acendeu um cigarro e andou rapidamente dali para fora!
"Foda-se!! Mas o que é que se passou ali, caralho?"
5 Sentenças
Fónix...
Primeiro, juiz não tem acento agudo.
Depois, não é 'haviam', 'havia garrafas'...
A.M.
Bem vindo, Anónimo. Obrigado por reparar que juiz não tem acento agudo, não foi o primeiro, nem será o último - qualquer pessoa com atenção irá reparar. É certo que por vezes dou as minhas calinadas, fruto de escrever espontaneamente e de não submeter o texto a um corrector ortográfico. Mas mesmo assim, confesso que sempre tive essa dúvida. Obrigado pela correcção. Já agora, "Fónix" não existe, é "foda-se".
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