Juízo do Juiz

4/22/2005

Graci, prego...

Sete da manhã, estou parado, ainda meio adormecido, no átrio do aeroporto da Portela, de mochila às costas, à espera que apareça o marido de uma colega da minha mãe… Vamos os dois para Veneza, eu vou ter com a minha mãe, ele vai ter com a sua esposa, fazem cinco (?) anos de casados, sabê-lo-ei mais tarde nesse dia, por enquanto espero… Não há grandes pressas, o meu check-in foi feito no dia anterior, por ele, que também é funcionário TAP. Ele, de nome António, Tó, para os amigos e não só, explica que estava a chegar ao aeroporto reparou que não trazia o bilhete, ao que teve que voltar a casa, chegando assim um pouco atrasado ao nosso rendez-vous.
Passamos ao raio x, e fomos para o lounge de embarque.

O avião espera pacientemente pela sua vez de se fazer à pista, estão ainda dois ou três à sua frente… Pouco tempo depois, os motores começam a roncar fortemente, “Atenção tripulação, descolagem”, ouve-se dos altifalantes, com um timbre metálico, e aí vamos nós, o céu é o limite…

“Atenção tripulação, portas em Disarmed”, é o sinal que as portas do avião estão abertas, e podemos começar a sair. Mal ponho o pé fora do avião, reparo logo que algo é diferente, e esse algo são as mulheres, estão todas pintadas, produzidas, giras… Reparo também que há pizas e massas em praticamente todos os restaurantes, o que é muito bom e me agrada muito, mas as mulheres agradam-me mais.

Estou no aeroporto, à espera da minha mãe…já almocei, no restaurante do aeroporto, comi pasta al fumo, que era macarrão com natas e com bacon, mas não confundam com carbonara, porque não tem nada a ver. São perto das três da tarde, eu aterrei aqui por volta do meio-dia…. A minha mãe disse que ia estar despachada por volta das duas, mas o tempo flúi rapidamente para as quatro e não há meio de ela, nós, nos despacharmos… Já tenho fome outra vez, afinal de contas almocei pouco antes da uma e já são quatro e meia, é hora de lanchar, e eu ainda preso no aeroporto Marco Polo. Vou inocentemente ao café, à procura de um bolinho para matar a fome, mas lá só encontro sandes e fritos e pizas calzones, ao que me rendo a uma. Tenho que comprar tabaco, porque estupidamente não comprei em Portugal, ou seja, vai me sair do bolso… “Uno…Marlboro”, digo eu numa tentativa de falar Italiano, ela diz-me o preço, caem-me os colhões… pagar três euros e sessenta ou que foi, por um reles maço de tabaco? Ainda por cima não se pode fumar em lado nenhum, a não ser na puta da rua, ao frio e à chuva…mas as gajas, valem a pena o esforço…

São cinco e pouco, vamos apanhar um táxi para o hotel, finalmente vou sair do aeroporto, que ainda por cima é pequeno, é para aí do tamanho da minha casa, sem exagero, e já o conheço de trás para a frente. O taxista tem para aí 3 anos, e não percebe um cu de inglês, e nós não percebemos um cu de italiano… A viagem é feita pelo meio da cidade continental, porque a auto-estrada está congestionada, o problema é que os táxis são caros pa caralho, mas para nós é a única maneira de ir do hotel para o aeroporto, e do hotel para a cidade, há um shuttle, mas acaba às seis e meia da tarde, a partir do hotel, e às sete da tarde, a partir de Veneza. Nós queremos apanhar esse último que parte do hotel às seis e meia, mas o trânsito que apanhamos na localidade (ou cidade) de Mestre, põe o nosso plano em risco, e tentar perguntar coisas ao taxista, é impossível… Os italianos também conduzem de uma forma muito engraçada, e isto dito por um português ainda mete mais piada, mas basicamente para eles não há prioridades, stops, passadeiras de peões, nada, é sempre a abrir. Chegamos ao NuovoHotel, em Mestre, e ainda há tempo para nos irmos arranjar, descansar uns minutinhos e apanharmos a navete, para a cidade de Veneza.

To be continued…