Juízo do Juiz

4/14/2005

Nada

Reflito e encafuo-me nos meus pensamentos confusos.
A impaciência inquieta-me de uma forma um pouco estranha.
Hoje devia ter sido á alguns anos atrás, e por isso, eu lamento-me. Entristesse-me pensar que estou errado, ainda que esteja certo.
As nuvens tapam toda a superficie inferior do céu, mas isso é apenas uma das muitas coisas que estao a acontecer, outras há que também estao a mudar até se tornarem irreconheciveis, até ás próprias.
Mas que raio estou eu aqui a tentar transparecer?!
Só queria era ser como um reles animal selvagem, que apenas pertence a ele próprio e á natureza. Caçar, acasalar e dormir. Não percisam de muita para além destes 3 conceitos.
Confesso que tenho muitas saudades de ser assim.
Lá fora a noite ainda é uma criança, para gajos como o bibi, mas para outros está a começar mais um ciclo de magia que só vai acabar quando os primeiros raios brotarem da esfera vermelha e fizerem terminar a ilusão.
E eu vou divagando e dispersando nas palavras como um vagabundo pelas ruas velhas de Lisboa velha e não vou dizendo mais do que nada. Nada é a palavra chave para um pensamento filosófico. Nada é uma resposta plausivel e aceitavel. Nada é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo nadar.

Quando nasci
abri os olhos e vi-te
estavas de costas
e
fodi-te.