Neurónio flácido

Vejo os quadros sentado no sofá, e eles aproximam-se de mim a uma velocidade lenta, mas a suficiente para me deixar a observar, impávido e sereno para aquela magia que se passava em mim e na minha cabeça. Os quadros aproximam-se de uma forma estranha e coerente. A beleza dos traços de picasso deixam-me desorientado. Ainda esperamos o jantar, mas já cheira a caril e a bomba quando explodir vai perseguir-me porque tenho o cheiro a fritos entranhado na roupa. Como acabei de dizer, eu já sei tudo o que aprendi, e o meu amor por picasso eterniza-se no espaço temporal e cultural e espacial e todo o tempo que não existe mas que tiver uma designação humana.
De repente tudo muda de cenário. Eu estou colado á parede e os quadros rodeiam-me pelos lados e por cima. Eu levito por entre a fenda do meu sonha para entrar num mundo a que eu não tenho direito. O mundo do julgamento é para quase todos interdito, para mim é agora uma realidade completamente ao alcançe, tanto é que a alcançei e pus-me a julgar a torto e direito.
A direito julguei correctamte tudo e todos. Porque eu sou agora um juiz. Porque eu agora tenho o direito legitimo de concretizar o meu parecer juridico.
Eu hoje proclamo que o sexo deve ser livre como o Ser humano devia ser.
A arte, todo o movimento completamente gratuito e impagavel, surge no seguimento do meu sonho bebado até se esvair em palavras tortas e ilegiveis e incompreensiveis para o comum insensivel ser que perfere trair a dar um beijo nuns lábios húmidos.
É num copo fundo de puro alcool que me vou deitar e libertar o meu cansaço e a minha fúria com aqueles que amo e com aqueles que nunca perceberam o que é a arte, o que é a arte embebida em alcool e drogas. As drogas dissolvidas no organismo já conferiram mais beleza aos nossos sentidos do que o acto mais sóbrio de afecto verdadeiro e sentido.