Juízo do Juiz

4/13/2005

Se Realmente Pudesse Tudo o que Quero

Se realmente pudesse tudo o que quero
A luz não me traria dor
E o frio não queimaria.
Não ia ter pavor de uma esperança
E a certeza superava o pensamento.
Seria, aí, capaz de recolher o bem
E recolher-me:
Espalhada, a adorar aquilo
Que o desejo torna
Mais alto que o céu.
Seria, aí, capaz de acreditar,
Olhar p’ra luz de olhos bem abertos
Mesmo que as lágrimas escorressem sem parar
Até que todo o bem pudesse ser meu
E qualquer coisa apertasse o coração
Até eu ter vontade de gritar.
E um toque, mesmo certo e premeditado,
Não teria medo de se repetir
Pois não encontraria a monotonia
E não se perderia numa marcação.
Prefiro não saber nada e acreditar no escuro.
Imaginar a luz só por sentir calor
E ler toda a verdade
Tocando só a superfície.