Trezentos

Pinga pinga poc
Pinga poc poc

Qunado chegarà
A ultima gota?
Talvèz com uma nova observaçao
Idiota?
Talvèz com um sorriso
Armado em gorjeta,
Talvez com uma fantasia
Que talvèz è sò uma treta!

As gotas pingam pingam
Os sonhos apodrecem
E como por magia negra
Desaparecem.
Nao se acumulam num sò vaso
Com a exactidao de um puto
Que junta cada tazo
A' sua colecçao;
Com a prontidao das escravas
Que em qualquer minuto
Reunem-se nos aposentos
Do seu sultao.
Porque o vaso està furado:

Foi comprado numa loja dos trezentos!

Pinga pinga poc
Pinga poc poc

Quando chegarà
A ultima gota?
Talvèz com uma nova revista pop
Idiota,
Talvèz com uma frase falsa
Armada em gorjeta
Talvez com uma esperança
Que talvèz è sò uma treta.

As gotas pingam pingam
O veneno nunca acaba.
Os impulsos vao aumentando
Mas nunca ninguèm paga.
Um novo ritual aumenta as esperanças,
E toda esta burrice nem è comum
Para as crianças.
Converças como teias
Envenenam os meus momentos,
Mas rompem-se, porque vem
Duma loja dos trezentos.


Uma vida dos trezentos
Uma vida barata,
Uma mente envenenada
Uma mente ingrata,
Uma frase perdida
Uma frase venenosa,
Uma pobreza interior
Uma mascara vaidosa!


Quando chegarà
A ultima gota?
Quando serà gasta
A ultima gota?
Num mundo em que se compra
A dignidade com veneno,
Onde com ipocrisia
Se instala um clima ameno,
Quando e o què
Farà transbordar o vaso?
E o puto, por amor,
Perderà o melhor tazo?
Quando è que o sultao
Sentirà melancolia
E em vez do seu harèm
Irà ler filosofia?

As gotas pingam pingam
Nunca morrem os elementos
Que fazem deste mundo
Uma loja dos trezentos!

Pinga pinga poc
Pinga poc poc
Pinga pinga poc
Pinga poc poc....